quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Gabarito ap2 Educação Infantil 2


GABARITO AP2 – 2011 2
QUESTÃO 1 (2 pontos) AP2 – 2011.2

Manoel de Barros aponta a presença da ludicidade na vida do ser humano desde tempos primitivos, Elias coloca a ludicidade na vida adulta como uma válvula de escape do mundo real, como uma maneira de recriação da natureza”
Com base neste fragmento, extraído do texto Infância de Ludicidade, de Maria Inez Delorme (aula 9 do material impresso), responda:

1- Por que a brincadeira é tida hoje como quase que um privilégio do mundo infantil?
2- Por que a brincadeira ainda é pouco valorizada nos espaços escolares, inclusive na educação infantil?

Porque no mundo do capital, tudo que não tem valor de mercado não tem valor. A brincadeira é uma atividade fortuita, não tem objetivo. Na sociedade capitalista, voltada para o lucro, os adultos devem trabalhar, não brincar.
- Os adultos, muitas das vezes, desvalorizam a brincadeira por não verem objetivos e nem introdução de valores nessa atividade infantil. Além de constatarem falta de obrigatoriedade, falta de regras e uma determinada constância para que a brincadeira aconteça nos espaços coletivos de educação infantil. Por isso, talvez vejam essa atividade como mero passatempo. As brincadeiras que passam de geração para geração como, por exemplo, as piadas, os chistes e as lendas, geralmente, no mundo adulto, têm o objetivo de trazer ludicidade. No entanto, segundo a autora, para os adultos a forma de brincar está representada por meio de estímulos a competitividade e a criatividade. Estas são formas de descontrair que, geralmente, partem para o mundo fictício, porém dentro de regras pré-determinadas, o que distancia da brincadeira como fator essencial no desenvolvimento do ser humano.

(ler explicação abaixo ai está a resposta das duas perguntas que compõem a questão 1)
(Segundo Ariès (1981), até o século XVIII, na Europa, havia uma proximidade maior entre a vida das crianças e dos adultos, constituindo, ambos uma grande comunidade que participava de festas, brincadeiras, jogos danças, contações de história.

Não havia separação rigorosa entre os jogos e brincadeiras realizadas por adultos e pelas crianças. Mas, ao longo dos séculos XVII e XVIII, a brincadeira perde seu simbolismo religioso e seu caráter comunitário, tornando-se profana e individual. Pouco a pouco vai sendo abandonada pelo mundo dos adultos, em especial pelas classes mais abastadas, que passam a considerar a brincadeira como ‘indigna de um homem de bem’, tornando-a restrita às crianças e às pessoas do povo. No século XIX, as antigas danças coletivas restringiram-se ao campo e às rodas infantis: atualmente ambas estão em vias de desaparecimento.

A partir da revolução burguesa, o trabalho passa a ocupar um tempo muito maior na vida cotidiana. Antes ele não tinha o valor existencial que lhe atribuímos a pouco mais de um século, a dicotomia entre brincar/trabalhar não era tão acirrada como agora; o tempo do trabalho era o tempo de viver, cuidar de si e do coletivo. Assim, as brincadeiras não se resumiam aos momentos furtivos que lhes dedicamos hoje, eram um meio fundamental de estreitamento dos laços coletivos, diferentemente do que ocorre na atualidade, quando o divertimento, a brincadeira comunitária ou entre pais e filhos acontece em raros intervalos entre duras jornadas de trabalho, ou, simplesmente, não acontece. É uma atividade que hoje, na lógica de um mundo regido por relações de lucro e de poder, não tem importância.

QUESTÃO 2

Abordando a importância da arte no cotidiano da Educação Infantil, Maria Isabel Leite afirma que há vários tipos de conhecimento: os científicos, os cotidianos e os conhecimentos do âmbito artístico-cultural. Todos têm a mesma importância. Os conhecimentos artístico-culturais também são chamados de conhecimentos estéticos e poéticos, que são a base da formação cultural.

De acordo com o texto:
- como os conhecimentos científicos, estéticos e cotidianos são construídos?
- por que todos têm a mesma importância?
- o que é experiência estética?
- como assegurar que as crianças vivenciem experiências estéticas no cotidiano da educação infantil?

Segundo a autora os vários tipos de conhecimentos: os científicos, os cotidianos e os artístico-culturais são experiências estéticas que se constituem no nosso cotidiano. Essas experiências são constituídas no nosso repertório cultural, ou seja, tudo aquilo que alimentou nossos sentidos ao longo da vida. Por isso, todas têm a mesma importância.

As crianças vivenciam experiências estéticas quando vêem um filme, escutam músicas, assistem a uma peça de teatro, ouvem uma história, contemplam um quadro, uma escultura, uma paisagem. Se estas oportunidades são oferecidas no cotidiano da educação infantil, as crianças vão desenvolver o prazer da experiência estética. E, em conseqüência, vão querer ir cada vez mais ao cinema ou assistir vídeos; vão desejar ouvir mais músicas, seja no rádio, no aparelho de som ou nos shows; irão admirar mais espetáculos de dança, seja ao vivo, ou pela TV... Assim, a cada dia terão um maior repertório cultural, estarão ampliando sua formação cultural e, certamente, seus desejos de conhecer mais e mais. As experiências estéticas devem ser asseguradas porque possibilitam a experimentação de diversificadas linguagens e manifestações artísticas. É tarefa da escola, da creche e da pré-escola, assegurar às crianças o acesso ao patrimônio cultural produzido pela humanidade, pelos membros de sua comunidade.

QUESTÃO 3

No texto “MAS AS CRIANÇAS GOSTAM!” OU SOBRE GOSTOS E REPERTÓRIOS MUSICAIS”, Luciana Osteto afirma que:

A massificação de “produtos culturais” é um dado inegável desta sociedade, em que os produtos colocados à venda seguem o “gosto do mercado”, mais que o “gosto popular”. Na verdade o povo, transformado em massa, é também o mercado onde serão divulgados e vendidos esses artigos, como por exemplo, os produtos da indústria do disco. E aqui há uma distinção interessante a fazer: as músicas, neste contexto, deixam de ser obras para transformarem-se em produtos.” (p. 06).

Com base nas ideias da autora:

- explique a distinção entremúsica como obra” e “música como produto”: qual a origem e o destino de cada uma destes tipos de produção?
- no cotidiano da educação infantil, o que valorizar: “música como obra” ou “música como produto”. Por quê?

Resposta: Segundo a autora, a obra vem da arte e o produto vem da indústria. Aquela, elaborada pelo artista, tem marca pessoal; esse, elaborado pelos profissionais da indústria, tem as marcas do gosto do mercado. Seguindo os ventos da moda, os produtos chegam e vão, passam, ao sabor do mercado, descartáveis. As obras ficam, inscrevem marcas que permanecem no tempo, resistentes a qualquer modismo.
No dia a dia, em casa, nos espaços que freqüentam, as crianças tem acesso à musica como produto, uma vez que, em geral, escutam o que toca no rádio e na TV. Entendendo que é papel da escola assegurar o acesso das crianças à cultura, no coticdiano da educação infantil os professores devem oferecer-lhes oportunidades de conhecer todos os tipos de música, em especial aquelas que não são difundidas pela mídia, que são produtos culturais com marca pessoal, não foram compostas com o objetivo de render lucros no mercado fonográfico, são criações autenticas.


QUESTÃO 4 (2 pontos)


A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996, define que a educação infantil é a primeira etapa da educação básica. Com base no texto “O Trabalho de Educação infantil, de Léa Tiriba, explique:
- o que é educação integral?
- que atores sociais devem ser convidados a participar da elaboração da proposta pedagógica
- qual o nível de formação dos profissionais que trabalham junto às crianças.
- como deve ser o processo de avaliação das crianças
- educação integral

De acordo com a nova LDB, a educação infantil deve ser oferecida em creches e pré-escolas (art. 30) numa perspectiva de atender integralmente às necessidades das crianças (art. 29): isto é assumir a educação em todas as suas dimensões: corporais, emocionais, cognitivas, espirituais, sociais, ambientais. Assim, estas instituições não podem continuar a ser entendidas enquanto simples espaços de guarda, mas também não podem ser apenas espaços de transmissão-apropriação de conhecimentos. Elas precisam ser espaços de viver, em que as crianças se desenvolvam integralmente, na sua totalidade, como sujeitos de conhecimento, mas também como sujeitos corporais, sujeitos de afeto, de intuição, de sensibilidade.
- aos atores sociais que participam da elaboração da proposta pedagógica

Participam todos os atores envolvidos na produção cotidiana da escola: professores, funcionários, pais, crianças, membros da comunidade, representantes do movimentos sociais.

Isto porque, “em seu artigo de número 29, LDB, afirma a educação infantil como complementar à ação da família e da comunidade. Esta definição nos põe frente ao desafio de ampliarmos as relações da escola com o mundo exterior, com a sociedade. E não apenas numa via de sentido único em que o que se deseja é simplesmente manter as famílias informadas sobre o trabalho que nós, unilateralmente, decidimos realizar na escola. Mas numa via de mão dupla, em que as escola aprende e ensina com a comunidade.
Este projeto implica em inventar novas formas de gestão do projeto escolar, criando, desde caminhos e instrumentos de democratização do planejamento do trabalho cotidiano (em que sobretudo as crianças precisam ser ouvidas e atendidas) até caminhos de construção coletiva e democrática de propostas curriculares, entendendo que os objetivos gerais da educação, as funções da escola e as metas educacionais, assim como as regras e as normas que definem a organização da escola precisam ser definidas por todos os atores sociais que participam da sua produção cotidiana.

- ao nível de formação dos profissionais que trabalham junto às crianças.

Professores formados em nível de terceiro grau (pedagogia) ou, no mínimo, com formação de nível médio, modalidade normal/magistério

- - como deve ser o processo de avaliação das crianças
A avaliação deve ser feita através de acompanhamento permanente e registro. Não tem o sentido de promoção. O que pretende é oferecer elementos para que professores e famílias acompanhem o desenvolvimento das crianças e assim, possam criar condições para valorizar e ampliar as suas experiências, conquista e aprendizagens.
QUESTÃO 5

No texto, “Seres humanos e natureza nos espaços de educação infantil”, Léa Tiriba defende a idéia de que as crianças são seres da cultura e, ao mesmo tempo, seres da natureza! Justifique esta afirmativa.

As crianças são, simultaneamente, seres da cultura e seres da natureza. Seres da cultura porque só entre seus semelhantes os infantes humanos tornam-se capazes de aprender a recriar as atitudes, as regras, os valores, enfim, o jeito de ser da espécie e do grupo social de que somos parte. As crianças são seres da natureza porque os infantes humanos são um modo de expressão da natureza (Espinosa, 1983). Eles partilham a existência com inúmeras outras formas de vida, compondo uma rede (Morin, 1990), cujos elementos são fruto de autopoiese, fenômeno de auto-organização da matéria que dá origem a todos os seres vivos (Maturana e Varela, 2002).

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